Blog do Paulus: O primeiro multifocal a gente nunca esquece.

O primeiro multifocal a gente nunca esquece.

Artigo escrito por Paulus Maciel. Direitos Reservados.

Eu e meus óculos HB com lentes Zeiss Individual Sport
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Enquanto isso, boa leitura!

Um dos estudos mais fascinantes sobre correções ópticas, com certeza é relativo as lentes multifocais progressivas. Um estudo que se divide em duas fases, a primeira baseada em teorias e estudos de caso e a segunda baseada em si mesmo.

Por mais de uma década, dediquei meus estudos e boa parte dos meus treinamentos e palestras para explicar ao profissional óptico sobre lentes multifocais progressivas e suas diferenciações. Quando se está na primeira e mais longa fase de estudos, você argumenta sobre a tecnologia utilizando os recursos teóricos e as estatísticas dos estudos de caso e estudos clínicos, além de reforçar o contexto histórico da invenção.

Num belo dia de treinamento, há alguns anos atrás, um senhor ergueu a mão e me perguntou: "Você fala com tanta convicção sobre multifocais que dá a impressão que usa. Você usa multifocal, por acaso?". Nem precisa dizer que naquela hora me deu um "frio na espinha", pois sim ou não, naquela época, eu realmente não era usuário. Um pouco constrangido, devo confessar, respondi o questionamento dizendo que eu realmente não era usuário, mas estava amparado por informações baseadas na prática, isso é, os resultados dos estudos clínicos que apontavam satisfação das pessoas testadas.

O tempo foi passando e a partir dos meus 35 anos de idade comecei a sentir uma certa dificuldade em focar na visão de perto. Naturalmente fiz a dedução que estava com fadiga do meu músculo e precisava descansar ou utilizar os famosos +0,50 esféricos. Utilizei na época as conhecidas lentes "anti fadiga" que me ajudaram bastante, já que tenho miopia fisiológica acompanhada de pequena convergência. Quando olhava para a parte inferior da lente, as 0,60 dioptrias praticamente zeravam minha miopia e conseguia ler sem perder o foco.

O tempo passou mais um pouco e as chamadas lentes "anti fadiga" já não davam "conta do recado". Pensei comigo mesmo: "Vou reduzir minha correção para longe para ver se a visão de perto foca mais fácil". Essa linha de pensamento é utilizada por muitos profissionais de refração que acreditam que boa parte das miopias fisiológicas são mais suscetíveis a hipercorreção. Por conta própria resolvi reduzir minha correção e ficar desta forma por alguns meses. O resultado: me senti desconfortável, tanto para longe quanto para perto.

Insatisfeito com os resultados da minha experiência, resolvi pedir aos meus amigos que me fizessem um teste ortóptico onde foi detectado em laudo que realmente eu estava no início de minha presbiopia, até mesmo com resultados diferentes de PPA de um olho para o outro. Quando cheguei em casa me olhei no espelho e tive a certeza sobre um dos maiores enganos que nós profissionais ópticos podemos cometer sobre o assunto: associar a presbiopia com velhice. Parece besteira, mas, me olhando no espelho eu tenho a constatação que me sinto jovem, porém com necessidade de uma "lasquinha de adição". Muitas pessoas veem o uso do multifocal como "atestado de velhice", cientificamente pode ser, mas sob o aspecto humanista, não.

Insisto sobre este ponto, pois ao longo da minha trajetória como óptico, presenciei este pré conceito em muitos profissionais, principalmente em alguns vendedores/consultores que atendem "balcão" e também em oftalmologistas. Nos optometristas eu já não percebi tanto este posicionamento. Daí eu tirei uma das grandes lições que eu aprendi nesse ramo, a importância de humanizar o atendimento na refração e também na venda do óculos, quebrando esses paradigmas. Alguns estudos apontam um crescimento considerável do diagnóstico da presbiopia nos indivíduos entre 39 e 42 anos de idade.

Finalmente chegou a minha hora de vivenciar a experiência no uso de lentes multifocais progressivas. Fiz minha refração de forma "além prática", utilizando pequenas e variadas adições ao longo de duas semanas até eu encontrar alguma que não fosse "forte" e ao mesmo tempo mantivesse o meu foco "firme" em visão de perto, tanto numa situação descansada quanto no stress. Cheguei a conclusão de duas adições diferentes em ambos os olhos com diferença de 0,50 entre elas.

Chegando a conclusão sobre a graduação, utilizei a escolhida com lentes de visão simples por mais duas semanas, checando alguma provável variação de foco ou alguma astenopia, o que não ocorreu. Agora é só confeccionar as multifocais progressivas.

Nessa minha nova jornada de correção óptica, tive o total apoio de meus parceiros da Carl Zeiss Vision que me deram a oportunidade de utilizar dois designs de lentes individuais, uma é o Individual Sport e o outro Officelens Individual. Como Officelens é uma lente exclusiva para a área de trabalho, vou falar sobre ela numa matéria a parte. Gostaria agora de dividir com vocês a minha experiência com as lentes progressivas Zeiss Individual Sport.

Zeiss Individual Sport possui o excelente design de Zeiss Individual, porém adaptada ao conceito de óculos esportivos curvados. Quanto as armações, recebi o apoio total da HB Hot Buttered, onde pude confeccionar a Individual Sport com curva 6,50.

Zeiss I Terminal
Por se tratar de lentes progressivas digitais totalmente individualizadas, todas as minhas medidas foram tiradas no Zeiss I Terminal com incrível precisão. Depois de alguns dias, os meus óculos estavam prontos, tanto a Individual Sport feita aqui no Brasil quanto a Officelens Individual feita na Alemanha. Ambas fabricadas no processo digital  Precise Form.

Fui até o escritório da Zeiss em São Paulo para buscar os meus óculos. Lá mesmo eu experimentei a minha primeira multifocal progressiva, a Individual Sport e advinha o que aconteceu: adaptação instantânea!

Um dos grandes receios que ouvi de outros usuários de lentes progressivas é a "passagem de grau" entre o longe, passando pelo intermediário até chegar no perto. Posso assegurar que não tive nenhuma dificuldade nesta passagem com as lentes Individual Sport. A "passagem de grau" é extremamente suave o que confirma minha tese sobre um melhor equilíbrio das zonas de visão devido a distância de 6mm entre a cruz de montagem e o prisma de equilíbrio. Este posicionamento garante também uma visão intermediária em potência muito agradável, pois ao invés de ser forte e limitada, na Zeiss é confortável e longa.

As aberrações periféricas, politicamente chamadas de astigmatismos indesejáveis, são mínimas, onde eu só consigo enxergá-las na monocular, isso é, eu só consigo perceber essas mínimas distorções se eu mover demasiadamente meu olhar para a parte temporal da lente. Comprovei este fato quando saí do escritório da Zeiss vestindo os óculos e atravessei ruas até chegar na estação de metrô. Como era uma Sexta Feira, resolvi ir jantar fora, onde ocorreu a primeira oportunidade de dirigir meu carro com as novas lentes, onde olhar para os retrovisores foi uma tarefa de sensação praticamente igual como se eu estivesse usando minhas lentes de visão simples. Movi os olhos e cabeça na mesma proporção, isso significa que as lentes Individual Sport mantiveram minha postura natural.

A noite e com as luzes do painel do carro acesas pude perceber tanto a nitidez da visão intermediária como a suavidade de transição de foco entre o painel e o volante que fica mais próximo de mim.

Na visão de longe, a superfície gerada na lente garante uma excelente nitidez, com destaque as cores mais vivas (essa sensação realmente acontece) e também quanto ao ganho de precisão visual para poder ler placas de rua que antes eu tinha mais dificuldade. Isso é fruto de uma dioptria personalizada através da compensação prismática gerada pelo ângulo pantoscópico, distância vértice, curva do aro e curva da lente.

Como sou usuário de longa data da tecnologia fotossensível, tive o enorme prazer em experimentar Photofusion nas minhas lentes Individual Sport. Esta é a melhor lente fotossensível que eu já usei!.

Espetacular escurecimento de Photofusion
Photofusion by Zeiss é rápida para escurecer e clarear, além da sua cor ser muito bonita. Seu escurecimento é o fator que mais me surpreendeu, pois as lentes realmente ficam super escuras e pude comprovar isso na prática, veja só a foto ao lado.

Outra tecnologia que eu pude provar também é o antirreflexo LotuTec que é extremamente discreto, permitindo também facilidade de limpar e/ou lavar as lentes. Sua performance para reduzir as imagens duplas e faróis de carro é digna de elogios.

Muitos afirmam que o segredo de uma lente multifocal progressiva está nas medidas bem feitas e na montagem bem executada do óculos. Continuo acreditando nisso, mas com a convicção de que o design da lente, aliado ao processo digital de surfassagem levam o usuário a melhor experiência visual de sua vida.

Finalmente vou poder falar de lentes multifocais progressivas sendo usuário desta categoria de lentes.

Definitivamente, o primeiro multifocal a gente nunca esquece!
 
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